Filmes Independentes Japoneses em Porto Alegre.
Estou com problemas "técnicos" e por isso com dificuldade de postar, daí essas informações tão em cima da hora. Mas pelo que eu li são filmes bem interessantes e de difícil acesso nestas bandas do sul. Acho que vale a pena conferir!
Não esqueçam que a mostra é gratuita, só é preciso chegar antes pra retirar os ingressos.
"Até domingo, os cinéfilos poderão ver um pouco da programação do
festival Indie, que há 12 anos apresenta um panorama da melhor produção
independente internacional em Belo Horizonte e em São Paulo e chega pela
primeira vez com sua itinerância à Sala P.F. Gastal. Mais informações da sala aqui.
A sala da Usina do Gasômetro, que dois anos atrás presenteou os
porto-alegrenses com históricas sessões das duas obras-primas de Apichatpong
Weerasethakul (Mal dos Trópicos e Síndromes e um Século), agora
apresenta o novo filme do cultuado cineasta tailandês. Hotel Mekong abre
a mostra às 20h (a retirada de ingressos começa às 19h). É o único dos 13 longas
que serão exibidos até domingo a ter uma segunda sessão – sábado, às 15h30min.
Para ver os outros 12 na sala de cinema você não terá uma segunda chance.
Há, além de Hotel Mekong, duas raridades da filmografia do
americano Charles Burnett, uma delas (O Matador de Ovelhas) recorrente em
listas de melhores filmes do mundo. Há, também, o novo longa da japonesa Naomi
Kawase (Vestígio), que com títulos como o bom Hanezu, exibido na
Mostra de São Paulo em 2011, consolidou uma obra madura sobre a identidade
cultural de seu país através dos séculos.
Dois filmes do russo Aleksey Balabanov (Irmão, que o lançou
nos anos 1990, e o recente Cargo 200) e outros dois do japonês Kazuyoshi
Kumakiri (o badalado Kichiku: Banquete das Bestas e o novo Esboços da
Cidade de Kaitan) também integram a mostra. Balabanov e Kumakiri, assim como
Burnett, foram homenageados no Indie em Belo Horizonte e em São Paulo – o
programa disponibilizado em Porto Alegre serve como uma espécie de porta de
entrada para a obra do trio.
– Balabanov é tido como um dos grandes cronistas da Rússia
pós-glasnost. Burnett foi considerado pelo New York Times o mais talentoso entre
os cineastas negros dos EUA. Kumakari construiu uma obra aclamada pela inusitada
combinação de horror e denúncia política – comenta Bernardo José de Souza,
coordenador de cinema da Secretaria da Cultura da Capital, mantenedora da P.F.
Gastal e correalizadora da mostra ao lado da Surreal Filmes.
O biscoito mais fino da produção brasileira também está
representado com O Som ao Redor (2012), de Kléber Mendonça Filho.
Candidatíssimo a filme nacional do ano, traça um painel contundente de como a
violência se infiltra no dia a dia nas grandes cidades – sem esquecer de como a
herança coronelista foi determinante para que esta mesma violência marcasse o
Brasil contemporâneo.
O Som ao Redor deve estrear, nos próximos meses, ao menos
nas salas do circuito alternativo. Quanto aos demais, é melhor esperar sentado
uma nova chance. Ou correr para o cinema do Gasômetro."
Fonte: Zero Hora :
Quando a
Noite Cai(Wo
Hai You Hua Yao Shuo, 2012)Melhor direção no Festival de Locarno, este
filme-denúncia conta a história de um jovem que matou seis policiais e foi
condenado à morte pelo governo chinês, que decretou sua sentença sem respeitar
as formalidades judiciais legais. O diretor é o sul-coreano Ying Liang, nunca
antes lançado no Brasil. Quarta-feira, às 17h30min.
O Som ao
Redor (2012)Primeiro longa ficcional do premiado autor pernambucano
de curtas Kléber Mendonça Filho (Vinil Verde, Recife Frio), é um dos
melhores filmes brasileiros dos últimos anos. O ator e realizador gaúcho Gustavo
Jahn protagoniza a trama que narra diversos acontecimentos em uma rua de um
bairro de classe média de Recife, sobretudo ligados à segurança e à herança
coronelista do nordeste do país. Foi premiado em Gramado e Roterdã.
Quarta-feira, às 19h30min.
O
Casamento do Meu Irmão(My Broter’s Wedding, 1983)Um jovem que
trabalha na lavanderia dos pais reflete sobre o futuro enquanto observa seus
amigos sucumbindo à criminalidade. Segundo longa de Charles Burnett, foi lançado
à revelia do diretor, antes que este pudesse considerá-lo finalizado. A cópia
que será exibida é a resultante da volta de Burnett ao projeto para a conclusão
do que seria considerado uma "versão do diretor", de 2007. Quinta-feira, às
17h30min.
Kichiku:
Banquete das Bestas
Kichiku Dai Enkai, 1997)Impactante estreia do japonês Kazuyoshi
Kumakiri (diretor de Antena), usa violência para dar contundência
política à história de um grupo formado por estudantes de esquerda no Japão da
década de 1970. O líder do bando comete suicídio na cadeia, o que desencadeia
sequências de acontecimentos brutais que envolvem sua namorada, a sucessora na
hierarquia do grupo. Quinta-feira, às 19h30min.
É Possível
que a Beleza Tenha Fortalecido Nossa Determinação
(Il Se Peut que la Beauté
Ait Renforcé Notre Résolution, 2011)Homenagem do realizador francês
Philippe Grandieux a Masao Adachi, diretor e roteirista japonês dos anos 1960
que largou o cinema para se juntar, em 1971, ao Exército Vermelho do Japão. Ele
voltou a trabalhar, entre outros projetos, no roteiro de Caterpillar,
premiado no Festival de Berlim de 2010. Este documentário dá voz a Adachi, hoje
com 73 anos. Sexta-feira, às 15h30min
Vestígio
(Chiri, 2012)Assinado pela japonesa
Naomi Kawase, habitué do Festival de Cannes e da Mostra de São Paulo, este drama
acompanha o fim da vida da mãe adotiva da diretora. Ao reencenar a rotina da
mulher, a diretora de Hanezu (2011) encontra temas fundamentais de seus
filmes, como a morte e a herança das gerações passadas. Sexta-feira, às
17h30min.
Apenas o
Vento
(Csak a Szél, 2012)Produção húngara assinada pelo jovem
cineasta Benedek Iegauf, acompanha o dia a dia de uma aldeia de famílias pobres
de origem cigana. A câmera do realizador de Ventre (2010) flagra a
ansiedade frente às ameaças dos atos de violência contra o povo cigano da
Hungria. Três troféus no último Festival de Berlim, entre eles o grande prêmio
do júri. Sexta-feira, às 19h30min.
Hotel
Mekong (2012)Primeiro longa de Apichatpong Weerasethakul após a
Palma de Ouro em Cannes por Tio Boonmee, que Pode Recordar suas Vidas
Passadas (2010). Em 61 minutos de projeção, o autor de Mal dos
Trópicos (2004) embaralha realidade e ficção para explorar os vínculos
possíveis entre uma mãe vampira e sua filha, jovens amantes e a mitologia em
torno do rio Mekong, na fronteira da Tailândia com o Laos, às margens do qual
fica o hotel que dá nome ao filme. Terça-feira, às 20h, e sábado, às
15h30min.
Irmão
(Brat, 1997)O cineasta russo Aleksey
Balabanov alcançou o reconhecimento junto à crítica internacional nos anos 1990
com este drama sobre a volta para casa de um soldado após uma guerra humilhante.
Ao falar sobre um homem que não consegue encontrar a paz após habituar-se à
violência, Balabanov refletiu sobre a dura realidade diante da qual a Rússia se
viu à época. Sábado, às 17h30min
Esboços da
Cidade de Kaitan(Kaitanshi Jokei, 2010)Dirigido pelo
prolífico Kazuyoshi Kumakiri, este drama acompanha histórias paralelas e
ordinárias que falam sobre perda. Trata-se de um filme menos violento, mas não
menos político, do diretor de Kichichu: Banquete das Bestas (1997).
Sábado, às 19h30min.
3.11
Sentir-se em Casa
(3.11 A Sense of Home, 2011)Projeto idealizado
por Naomi Kawase no qual diversos cineastas japoneses refletem sobre o tsunami
de 11 de março de 2011. São 21 filmes curtos, cada um com 3 minutos e 11
segundos, que formam um retrato irregular porém pungente sobre o significado
universal dos conceitos de família, casa e raízes geográficas. Domingo, às
15h30min.
Cargo
200
(Gruz 200, 2007)Neste thriller violento premiado no Festival
de Roterdã, Aleksey Balabanov faz um retrato da decadência moral da Rússia
contemporânea ao abordar dois crimes cometidos numa mesma noite em Leninsk. Um
deles é o sequestro da filha de um líder comunista. O outro, um assassinato
cruel cometido na periferia da cidade. Ambos são investigados pelo maníaco
comandante da polícia local. Domingo, às 17h30min.
O Matador
de Ovelhas
(Killer of Sheep, 1977)Aclamado primeiro longa de
Charles Burnett que o New York Times elegeu um dos cem maiores filmes de todos
os tempos, narra a rotina pacata mas ao mesmo tempo sufocante de um trabalhador
negro, sensível e sonhador, que sobrevive alheio e indiferente apesar de seu
trabalho em um abatedouro. Vencedor do prêmio da crítica internacional
(Fipresci) no Festival de Berlim de 1977. Domingo, às
19h30min.
Toda a programação da Mostra Indie tem entrada franca.
19:00 – Coquetel de abertura da Mostra Indie, seguido da exibição de Hotel Mekong, de Apichatpong Weerasethakul
15:30 – É Possível que a Beleza Tenha Fortalecido Nossa Determinação (Mostra Indie) – digital